Falecimento
Hoje foi o funeral da minha avó paterna. Não sei o que dizer...a minha avó era muito boa pessoa, mas a minha ligação com ela era muito distante. Não a compreendia. Era Testemunha de Jeová e servia muito fervorosamente o seu culto à 40 anos. Não era chata nesse aspeto. Não nos obrigava a seguir o seu culto, embora por vezes me desse a ler livros que tinham imagens bem bonitas. E como gostava de ler, lia tudo de uma ponta à outra e gostava imenso. Foi uma forma simplificada e subtil de aprender mais sobre a Bíblia. Mas nunca segui. E a minha avó lá estava...calada, no seu mundo, lá foi vivendo.
O meu avô faleceu, ela foi para um lar, o meu irmão faleceu e ela continuava no lar...foi definhando, o corpo foi encolhendo, a memória falhando, e aos poucos esqueceu-se quem era e quem eram os outros. Até que se apagou a luz que ainda existia em si. Para ela tudo terminou e lá fomos nos despedir dela, numa cerimónia do culto que ela escolheu seguir. Fez-se a vontade.
Duro, duro, é ver o meu pai despedir-se dela. Não houve lágrimas, mas uma grande tristeza no seu olhar...
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